No
Brasil, as pessoas se tornam efetivos cidadãos ao tirar o seu título de
eleitor. Como é obrigatório esse ato após os 18 anos, podemos considerar que
todos nós somos ou seremos cidadãos um dia. Mas, enfim, o que é ser cidadão?
Este conceito está muito além de fazer parte de uma sociedade,
como muitos pensam. Já que vivemos em um país democrático, ser cidadão é
possuir influência política. Todos nós temos o direito de eleger os nossos governantes,
logo, é mais que necessário que saibamos votar e exigir nossos direitos, conscientemente.
O fato é: isso não está acontecendo no Brasil, atualmente. Colocar o tiririca
na câmara dos deputados NÃO é um modo de reivindicar insatisfação, porque quem
está se prejudicando durante o mandato dele é a sociedade.
Isso me leva a uma pergunta: então, qual é o melhor modo
de exercer a minha influência política? Há uns anos atrás, as pessoas iam às
ruas e reivindicavam melhorias em prol do benefício comum. Hoje, os tempos
mudaram. As greves e manifestações que são efetuadas não chegam a alcançar um
expressivo número de pessoas que realmente chame a atenção de todos, como
acontecia antigamente.
Eu
diria que isso se deve ao fato de que os indivíduos estão muito focados em
interesses individuais e não têm “tempo” para se dedicar ao bem estar coletivo.
Um fato externo só chega a lhe incomodar se vai lhe afetar de alguma forma. O
ideal seria se todos nós tivéssemos uma visão mais ampla do que acontece ao
nosso redor. Dessa forma, poderíamos ajudar uns aos outros e reinventar um
Brasil melhor para morarmos. Chegamos a um novo ponto: como conseguir igualar
os interesses de uma sociedade num país capitalista, onde o “melhor” e “mais
forte” sobrevive em detrimento dos outros? Não quero sair do foco agora, mas
talvez, esse seja um ótimo assunto para análise em outro momento.
Apesar de que é impossível, no momento, conciliar todos
os interesses de todos os indivíduos, ainda existe certos posicionamentos que
abrangem a uma maioria significativa. Por exemplo, temos a insatisfação com
relação à corrupção política. Então, se quase todos os brasileiros não
concordam com esse fato, por que ainda existe? Porque, simplesmente, é chato
falar de política, não é verdade? No entanto, as pessoas preferem fazer mil
outras coisas a parar para analisar e tomar uma atitude com relação à política
de seu país.
Vejo as redes sociais como uma boa e prática alternativa
para a mobilização social. Nelas, você pode encontrar pessoas que têm o mesmo
pensamento que o seu e que estarão dispostas a dar um “curtir” na sua
publicação. Mas tome cuidado: a
cidadania não deve ser egoísta. Portanto, antes de sair por aí reclamando que o
Brasil é uma merda, deve ser feito um estudo e uma reflexão sobre o assunto. Se
isso não acontecer, possivelmente você não terá argumentos fortes e qualquer um
poderá quebrar sua “tese”. Então, você será apenas mais um reclamando na
internet. Entretanto, acredito que movimentos sociais construídos na rede podem
ser eficazes. Desde que sejam bem
organizados e planejados para que as pessoas de fato se interem e se envolvam
com o assunto tratado. Atualmente, a melhor forma de disseminar ideias para o
maior número de pessoas é a internet. Isso deve, sim, ser aproveitado para as
causas coletivas.
Ser
cidadão também é possuir direitos e deveres. Portanto, aqueles que se negam a
cumprir seus deveres, consequentemente, têm de aceitar que perderão certos
direitos. É fato. Então, não adianta radicalizar para reivindicar. A força de
um movimento está muito mais no número de pessoas que ele abrange e na
sabedoria daquilo que é reivindicado do que no choque que ele causa. Muitas
vezes, esse choque vai causar muito mais repulsação do que aceitação do pedido.
Na
condição de cidadãos, devemos, sim, reivindicar nossos direitos e exercer
nossos deveres. Mas o segredo para ser um bom cidadão está exatamente em
possuir uma visão mais ampla do meio em que vive e pensar nos seus interesses,
sim, mas pensar também no bem comum. Para um cidadão, o seu bem é o bem da sua
sociedade. Pensem nisso!
Bela
Pereira.
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