sábado, 9 de junho de 2012

Um pouco de cidadania e mobilização social


No Brasil, as pessoas se tornam efetivos cidadãos ao tirar o seu título de eleitor. Como é obrigatório esse ato após os 18 anos, podemos considerar que todos nós somos ou seremos cidadãos um dia. Mas, enfim, o que é ser cidadão?
Este conceito está muito além de fazer parte de uma sociedade, como muitos pensam. Já que vivemos em um país democrático, ser cidadão é possuir influência política. Todos nós temos o direito de eleger os nossos governantes, logo, é mais que necessário que saibamos votar e exigir nossos direitos, conscientemente. O fato é: isso não está acontecendo no Brasil, atualmente. Colocar o tiririca na câmara dos deputados NÃO é um modo de reivindicar insatisfação, porque quem está se prejudicando durante o mandato dele é a sociedade.
Isso me leva a uma pergunta: então, qual é o melhor modo de exercer a minha influência política? Há uns anos atrás, as pessoas iam às ruas e reivindicavam melhorias em prol do benefício comum. Hoje, os tempos mudaram. As greves e manifestações que são efetuadas não chegam a alcançar um expressivo número de pessoas que realmente chame a atenção de todos, como acontecia antigamente.
Eu diria que isso se deve ao fato de que os indivíduos estão muito focados em interesses individuais e não têm “tempo” para se dedicar ao bem estar coletivo. Um fato externo só chega a lhe incomodar se vai lhe afetar de alguma forma. O ideal seria se todos nós tivéssemos uma visão mais ampla do que acontece ao nosso redor. Dessa forma, poderíamos ajudar uns aos outros e reinventar um Brasil melhor para morarmos. Chegamos a um novo ponto: como conseguir igualar os interesses de uma sociedade num país capitalista, onde o “melhor” e “mais forte” sobrevive em detrimento dos outros? Não quero sair do foco agora, mas talvez, esse seja um ótimo assunto para análise em outro momento.
Apesar de que é impossível, no momento, conciliar todos os interesses de todos os indivíduos, ainda existe certos posicionamentos que abrangem a uma maioria significativa. Por exemplo, temos a insatisfação com relação à corrupção política. Então, se quase todos os brasileiros não concordam com esse fato, por que ainda existe? Porque, simplesmente, é chato falar de política, não é verdade? No entanto, as pessoas preferem fazer mil outras coisas a parar para analisar e tomar uma atitude com relação à política de seu país.
Vejo as redes sociais como uma boa e prática alternativa para a mobilização social. Nelas, você pode encontrar pessoas que têm o mesmo pensamento que o seu e que estarão dispostas a dar um “curtir” na sua publicação.  Mas tome cuidado: a cidadania não deve ser egoísta. Portanto, antes de sair por aí reclamando que o Brasil é uma merda, deve ser feito um estudo e uma reflexão sobre o assunto. Se isso não acontecer, possivelmente você não terá argumentos fortes e qualquer um poderá quebrar sua “tese”. Então, você será apenas mais um reclamando na internet. Entretanto, acredito que movimentos sociais construídos na rede podem ser eficazes.  Desde que sejam bem organizados e planejados para que as pessoas de fato se interem e se envolvam com o assunto tratado. Atualmente, a melhor forma de disseminar ideias para o maior número de pessoas é a internet. Isso deve, sim, ser aproveitado para as causas coletivas.
Ser cidadão também é possuir direitos e deveres. Portanto, aqueles que se negam a cumprir seus deveres, consequentemente, têm de aceitar que perderão certos direitos. É fato. Então, não adianta radicalizar para reivindicar. A força de um movimento está muito mais no número de pessoas que ele abrange e na sabedoria daquilo que é reivindicado do que no choque que ele causa. Muitas vezes, esse choque vai causar muito mais repulsação do que aceitação do pedido.
Na condição de cidadãos, devemos, sim, reivindicar nossos direitos e exercer nossos deveres. Mas o segredo para ser um bom cidadão está exatamente em possuir uma visão mais ampla do meio em que vive e pensar nos seus interesses, sim, mas pensar também no bem comum. Para um cidadão, o seu bem é o bem da sua sociedade. Pensem nisso!


Bela Pereira.



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