sábado, 16 de junho de 2012

Cabo da PM é morto em ação, enquanto a sociedade reclama do confisco de um cachorro




Na noite desta sexta-feira, 15, morreu o Cabo da Polícia Militar Gladstone Alexandre Soares Bernardo, de 39 anos, baleado na cabeça durante uma ação policial no bairro Glória. De acordo com o comandante do 34º Batalhão da PM, tenente-coronel Idzel Fagundes, o policial participava de uma perseguição a dois homens que assaltaram uma casa e fugiram em um veículo roubado no imóvel. Os criminosos abandonaram o carro e seguiram fuga a pé. Entre os suspeitos estava um adolescente, que foi dominado pelo cabo. Neste momento, o comparsa do menor, identificado como Marcelo Sancler, de 21 anos, atirou contra a cabeça do militar. Os dois envolvidos terminaram capturados. Segundo a PM, Marcelo cumpre pena por homicídio, mas saiu da prisão recentemente beneficiado por decisão judicial. (dados obtidos no Blog da Renata)
Depois dizem que quem tem impunidade são os policiais... Um assassino estava solto, beneficiado por decisão judicial, e cometeu mais um homicídio. Cadê os direitos humanos, agora? Infelizmente, não tenho vídeo nem imagens do ocorrido. É claro, o fato não interessou à mídia.
Deixo aqui meus profundos sentimentos a todos os militares que agora, acabaram de perder um irmão de profissão. Imagino a dor que sentem ao ver um companheiro de farda, sangrando. Ao menos, o Cabo Gladstone morreu como um verdadeiro guerreiro, com honra, na incansável busca pela segurança da sua comunidade.
Aproximadamente nesse mesmo horário, estavam ocorrendo diversas reclamações da sociedade com relação à instituição da polícia militar. Isso porque foi divulgado um vídeo onde quatro companheiros estavam cumprindo normalmente a sua missão na Praça Sete. Na gravação, os policiais acompanhavam um profissional da zoonose enquanto ele retirava um cachorro de um morador de rua. Quem quiser acessar o vídeo, ele está disponível no youtube com nome de “Amor partido na cidade proibida”. Convenhamos: só pelo título podemos observar a visão dramático e sensacionalista do divulgador. Não houve, por parte dos profissionais, nenhum tipo de agressão, apenas imobilização e eles, com certeza, não estavam exercendo essa atividade arbitrariamente, estavam a comando de alguma denúncia ou alguma lei. Sem alteração.
Entretanto, isso foi motivo para a sociedade criticar dizendo que a polícia é composta de “filhos da puta”, adora abusar do poder e deveria prender bandidos ao invés de animais. Também vi comentários em que pessoas diziam que “polícia fica prendendo cachorro, que é muito mais fácil, ao invés de subir o morro”. Quanta ignorância! Como defensora da instituição, fiquei muito indignada com o tratamento com os policiais, mas fiquei ainda mais triste diante de uma sociedade que insiste em fazer graves acusações e tomar partido de fatos sem antes ter um conhecimento prévio do assunto. Ninguém sabia o real motivo dos policias estarem levando o animal e ignoraram o fato de que eles estavam cumprindo ordens.
Numa discussão do assunto que participei, existiram alguns pontos que gostaria de destacar. Posicionando-me, não agredi ninguém e apenas argumentei, utilizando meu posto de cidadã, com o direito de expressar meu ponto de vista. Fui insultada, julgada como alienada (sendo que muito estudo, buscando ter um amplo conhecimento do que falo e procuro sempre ter a visão imparcial dos fatos antes de tomar meu posicionamento) e ainda ameaçada, quando disse que a polícia agiu de formar educada, sem agredir o morador de rua. A resposta que obtive foi: “Desde quando a polícia foi educada? Chega mais aí, que vou te dar uma noção básica de educação”. Depois de ser inundada com argumentos fundados apenas no emocional do morador de rua e do cachorro, percebi que a minha participação era em vão, diante de pessoas que só sabem transcrever pensamentos do senso comum e alimentar discussões com palavras grosseiras insultando quem tem opinião oposta. Triste, só isso que tenho a dizer. Realmente muito triste.
      Vinculando a morte de um cabo em serviço com um vídeo de um cachorro sendo confiscado, espero ter exemplificado aquilo que insisto em defender. A nossa sociedade continua focada em apelos da mídia, preferindo criticar a ação da polícia sem ter um conhecimento prévio do que, de fato, considerar o que acontece no cotidiano dos nossos policiais. Confesso que após esses fatos, senti uma imensa dor e foi difícil ter ânimo para escrever. Questionei a minha esperança de viver numa sociedade com visão amplificada e sem o subjulgamento sem conhecimento do assunto. Parece um caso sem solução. Mas não vou parar, não devemos desistir do nosso país. Se insisto em usar as mesmas expressões e em manter meu posicionamento, mesmo com muita oposição, é porque acredito, sobretudo, que ainda podemos viver num mundo melhor. Não quero ser utópica nem que a minha opinião prevaleça, só quero que a justiça seja feita e que não aja mais discriminação. Principalmente a discriminação dos policiais que estão, literalmente, dando seu sangue nas ruas brasileiras e que devem ser valorizados. Não julgue alguém que dá/arrisca a vida por você, ou então, apenas pense e argumente antes de fazer isso. 

                                                                                                                                     Por Bela Pereira

4 comentários:

  1. Continue assim!!! Já favoritei o Blog!!! Abraços!!!

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  2. Bela, eu já desisti dessa sociedade que é facilmente manipulada pela mídia. sociedade que não tem opinião própria e engole tudo que lhes são fornecidos de forma mastigada. É por isso que nosso país está uma m... sempre votamos nos mesmos políticos ladrões que a mídia nos indica.

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  3. Parabéns pelo texto Bela, o que mais me entristece é ver muitas vezes familiares e amigos de militares indo pelo mesmo caminho da crítica infundada, tentei em vão assim como você ir em defesa daqueles militares da cena na praça sete, e pasme (ou não) assim com você fui tachado como o errado. Nossa sociedade é hipócrita pois na hora que precisam correm para ligar para a polícia. Não custa nada sonhar com um dia que tal qual em outros países a atividade policia será respeitada por todos. Continue com esse espaço. Grande abraço.

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